domingo, 24 de abril de 2011

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Ed Kennedy. Dezenove anos. Um perdedor.

Sua missão: algo de muito importante, com o potencial de mudar algumas vidas. Por quê? Determinado por quem? Isso nem ele sabe.

Eu sou o mensageiro

Depois de quase um ano sem postar nada aqui no blog, eu resolvi voltar pra falar do meu novo anti-herói favorito: Ed Kennedy.

Faz um bom tempo que eu tinha vontade de ler a outra obra de Markus Zusak, autor daquele incrível best seller chamado A menina que roubava livros. Comecei a leitura em um dia, e nos outros dois seguintes já havia terminado. Gente, muito bom! MUITO bom.

Markus Zusak (virei fã do cara) consegue colocar aquela pureza, aquela emoção que só ele tem, em 318 páginas, sem fazer com que sua história se perca ou com que o leitor perca o interesse. Muito pelo contrário, a cada página virada vem aquela ânsia pra que chegue a solução de todos os acontecimentos e a curiosidade pra saber o final.

Não vou ocupar as linhas contando a história do livro, aposto que todos vão dar uma pesquisa depois, ou até mesmo já conhecem, o que eu quero mesmo é poder divulgar essa obra tão pouco falada e que seria tão importante que cada um lesse, pelo menos uma vez, e tirasse uma lição pra ser levada adiante.

Não. O livro não é de auto ajuda e nem vai puxar a orelha de ninguém. Não tem uma 'moral da história', até porque a moral e a lição está em cada página virada, em cada 'missão' resolvida. Mas toda a sinceridade, a simplicidade e a ocasião te fazem parar pra pensar em o que tu mesmo pode fazer pra poder mudar, mesmo que em pequena proporção, a vida do teu próximo.

Zusak usa uma linguagem tão comum que até mesmo usa palavrões, xingamentos e gírias frequentemente. Sem grosseria nenhuma, não deixando o livro com uma carga pesada, esse linguajar jovial acaba aproximando mais personagem e leitor. Que, diga-se de passagem, já são próximos desde o início, porque ninguém precisa ter 19 anos, nem ser taxista ou ser fracassado pra se identificar com Ed. Basta ser humano.

Com toda a certeza, Eu sou o mensageiro é uma história que, em algum momento, vai deixar o leitor emocionado. Posso dizer isso com convicção porque me emocionei várias vezes, e creio que se for reler a história, me emocionarei novamente, e de novo e outra vez. É daqueles que amolece o coração das pessoas, transmite compaixão, solidão, fracasso, glória, honra, fidelidade, mágoas e, acima de tudo, amor. É puro sentimento em palavras contadas por um jovem que, ao desenrolar da trama, percebe que pode fazer mais do que já imaginou, constrói um autoconhecimento, cresce e aprende que grandes mudanças podem acontecer por pequenos detalhes.

Agora, devo contar pra vocês que quando o livro acaba vem logo a saudade do Ed, do Porteiro, da Audrey, do Marvin, do Ritchie, da menininha de pijama amarelinho, da Mila e o Morro dos Ventos Uivantes, da Sophie e suas corridas, da Angie Carusso e os sorvetes, da lealdade dos irmãos Rose, da família iluminada por luzes coloridas, da mãe carrancuda do Ed, dos ases, do coringa... e o resto vocês descobrirão.

Trecho

Enquanto as crianças dançam no jardim sob o céu noturno e as luzes, vejo uma coisa.
Lua e Marie estão de mãos dadas.
Parecem muito felizes, curtindo este momento, vendo as crianças e as luzes em sua velha casa de alvenaria.
Lua beija Marie.
É só um beijinho de leve nos lábios.
E ela retribui o beijinho.
Às vezes as pessoas são bonitas.
Não pela aparência física.
Nem pelo que dizem.
Só pelo que são.